terça-feira, 3 de setembro de 2013

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI

O que dizer? Quando o que queremos é só dizer, apenas pelo ato de comunicar, fazer contato...

Dizem as teorias da linguagem que há um valor próprio do processo de comunicação, na relação que se estabelece entre os sujeitos, as pessoas que se encontram e conversam. Se é assim, se vê que conteúdo não é tudo que importa (e o quanto?...), e que aflora por meio da interação entre elas o que não está dito, mas presente nelas e no mundo delas. 

E mais: é todo esse clima, essa atmosfera de pressupostos e subentendidos (subterfúgios?), que envolve e orienta nossa compreensão sobre o que é dito. E, por isso, também sobre o que criaremos ou diremos depois.

Então aquilo que dizemos é menos importante? Arrisco a dizer que só importa mesmo o que se puder tirar de bom: seja o "como", o "onde", o "quando", ou "o que" se diz, deve ficar o que valer a pena para continuar bem. Se tudo fosse completamente bom, seria o melhor. Mas o que é perfeito? A própria linguagem depende do que nós somos (só existe porque existimos), e somos imperfeitos, e por isso buscamos no outro o que nos falta, através da comunicação. Então, nos cabe buscar o que houver de melhor em qualquer parte.

Enfim, por que esse post, esse blog, qualquer coisa que tenha por base duas pessoas, como por exemplo um casal? É para que haja essa troca, troca que acontece antes de tudo dentro de nós mesmos, um diálogo conosco, com nossas diferentes posições internas diante do que já vivemos, do que ainda nem acabamos de entender ou sentir. Tudo isso para que depois possamos nos mover em uma (in)certa direção, para que os fluxos de significado ganhem um sentido, para que em seguida novamente se expandam e se multipliquem. 

Portanto, é assim como a vida... para que haja mais vida... de sentidos na 'linguagem'... na 'realidade' (dizem que não é tão fácil separar uma da outra)

Conclusão: vamos cuidar do que falamos, e do que não falamos também, para que sejamos veículos de vida, conexão como o que há de melhor no outro.

Onde está a essência do que (não) é dito? - No que é vivido!
 

                                                 

                          Casal: Coisa Casual




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