terça-feira, 3 de julho de 2012

MEU ENCONTRO COM O QUEBRA-CABEÇA

       Foi até ela com a carteira:
       - Mãe, reparou nas notas de cem, que uma está ok, e que a outra está laranja, e branca no verso?
       - Ah, filho! Usa uma pras coisas de casa e a outra pra sair. - Respondeu, sentada no sofá, serena, enquanto mirava sua energia. Era bonito em sua juventude. Eu.
       Pela grande cidade de lixo chegou ao seu destino, mercado municipal. Lugar marrom-vermelho, estrutura sólida, e pessoas. Encontro marcado com Fernanda no cinema. Ela bem que podia se chamar Amanda. Naquele espaço de poucos lugares se acomodaram na frente, nus, inclinados um pro outro. Adoravam. Não sentia que as pessoas pudessem vê-lo, embora ele pudesse ver seus rostos ao olhar pra cima, atrás de si, sua mãe lá. Não sabia se Fernanda se importava. Desculpa, tenho que falar dela: linda, esbelta, um corpo vivo. "Por que o que é bom não é fácil de se achar?", disse uma vez. Ao que assistiam?
       Seis sobreviventes, os últimos. Krauss era um deles. A armadilha consistia em estar ali, obrigados a matarem-se uns aos outros, e assim vencer (poder viver). Como arma, só um revólver. Era preciso achá-la e partir em busca. Na perseguição, num lance de sorte (?), ela cai em suas mãos mas, antes das execuções finais, lhe escapa. Numa fuga louca, meu coração ao extremo, acelerado... Parecia até real, mesmo sabendo que era tudo um sonho.
       Ao menos falou com Peça, um odioso delinquente de onze anos, sujo de rua. Ele não podia continuar daquele jeito!
       - Ei cara, não é assim! Essa raiva não é você! Tem que ver que cê tá doente! Não é porque seu pai é um drogado violento que você também precisa ser. Você ainda é uma criança!



                                   Casal: Coisa Casual


Um comentário:

  1. Maravilhoso, meu amor! Texto envolvente, gostoso de ler, deixa a gente na expectativa, esperando mais. Sou super fã e adoro ler seus textos. Parabéns! Publique mais e mais pra gente...

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